A sequência de fotografias é para um editorial de moda e é feita pelo fotógrafo Paley Fairman.
Goldfrapp – Tales Of Us
ouça: Drew
Goldfrapp é um projeto eletrônico meio underground, mas que tem um certo sucesso crítico e é bem sucedido popularmente, mesmo que ligeiramente associado com música alternativa. Alison Goldfrapp já assumiu muitas personas nesses quase dez anos de carreira como líder do projeto Goldfrapp, e agora ela chega a um ponto mais intimista e trabalhado, com menos arrojo e letras mais lúdicas que soam e reverberam de modo impressionantemente realista.
Delicado e peculiar, o disco completa um ciclo estranho de construção musical ao usar sons naturais nas entre-faixas, já começando com faixas desorganizadas intencionalmente mostrando a habilidade de criar algo climático e rústico musicalmente que tem Alison. Mesmo com essa genialidade instrumental a sofisticação do trabalho se perde em vielas sombrias onde se encontram os sons mais arrojados e menos cuidadosos.
Com os inúmeros deslizes o disco começa a se tornar monótono e a ter um padrão musical muito chato em que a voz é intercalada com violões e instrumentos acústicos, sendo que todo o ritmo é marcado por pequenas interferências eletrônicas que tecem um registro insólito e muito irritante do ponto de vista estrutural. Com muitos erros ainda se destacam faixas como Laurel que ainda conseguem mostrar o real potencial da artista.
Ainda que o disco pareça bom no começo, o fato de ouvido mais de uma vez tira o encanto e a delicadeza de um disco muito lúdico e muito tranquilo que, mesmo carregado de uma estética expressionista, não começa assunto nenhum e não termina assunto algum. É quase uma tortura a falta de precisão que houve no disco, intencional ou não, irritante…
nota: 5.0
CHVRCHΞS – The Bones Of What You Believe
Churches ou o estilizado CHVRCHΞS é uma banda estreante desse ano. Uma das grandes promessas desde o lançamento de Recover EP em março. Mas agora com a realização de um disco a construção do estilo psicodélico e colorido da banda se concretiza em algo mais delicado e simples que o esperado. Surpreendendo pela simplista e simpática sonoridade eletronicamente colorida e muito agradável.
As faixas que povoam o disco remetem a um movimento que começa a crescer hoje em dia, uma cena que está ganhando notoriedade. O R&B levemente psicodélico que trouxe a tona criaturas como AlunaGeorge e Autre Ne Veut. Mas CHVRCHΞS se particulariza por trazer um eletrônico mais curado e coeso, que faz a megalomania do R&B se tornar um elemento incomum, fazendo com o que a sonoridade do disco seja simples, mas muito cuidadosa, mostrado o capricho com o instrumentalismo do registro.
Com muitos elementos de outros movimentos eletrônicos, o CHVRCHΞS se tornaria insignificante, a não ser que fosse a ligeira mas genial perfeição musical ao criar um disco que une o eletrônico batido e forte com vocais delicados e adocicados, criando assim um contraste cada vez mas impressionante e bonito. Em faixas como Night Sky isso se maquia, mas em faixas como Science/Visions isso é muito óbvio. E mesmo que no disco não hajam faixas ruins, o mesmo peca ao unir de forma lúdica os sons mais contrastantes a formar um tecido multicolorido, como ocorre em muitos momentos, mas em pequenos descuidos isso é elevado ao extremo e ocorre um exagero que pesa a faixa, destoando do resto do disco.
No contexto, as faixas conversam muito bem, com uma sonoridade muito parecida que dá uma homogeneidade ao disco, uma coisa muito importante nesses dias multi-referenciais. Mas ao longo do disco o mesmo chega a perder a linha, mas nunca se tornando algo ruim ou desagradável, mesmo que exagerado as vezes. Erros muito dignos de uma estreia.
nota: 8.5
A fotografia sentimental em P&B de Bernoit Courti
O fotógrafo francês Benoit Courti trabalhou por muito tempo como um compositor musical até decidir começar sua carreira de fotógrafo ao tirar um autorretrato em 2010. De lá pra cá muitas fotografias belíssimas surgiram desde então.
Arctic Monkeys – AM
ouça: Do I Wanna Know? / Arabella
A banda britânica de rock indie e levemente influenciado pelas guitarras dos anos 60 traz a tona agora um novo registro discográfico. O quinto da tão cultuada discografia da banda, que mesmo tendo se tornado uma piada no último disco “Suck It And See“, prova de forma eficiente que agora é o momento em que a banda mostra a realização completa de seu potencial.
Com uma estrutura muito simples de música que unem desde sintetizadores marcando uma linha mais tênue entre o rock vintage, já explorado timidamente pela banda e o moderno indie rock que deu fama a essa banda no meio da década passada. Mas com um gosto muito mais apurado o disco começa a se destacar de forma inteligente e mostra que usar formas e estruturas musicais antigas pode ser muito bem colocado, assim a banda forma faixas divertidas mas que lucidam uma genialidade incomum em criar música.
Em contraponto é verificada uma certa monotonia no disco, em que as bases de guitarra e as baterias fortes começam a ser muito parecidas, o que pode ser encarado de duas formas, um descuido na concepção do instrumentalismo do disco, ou um descuido na hora de acertar a ordem das faixas no disco. Mas mesmo que tenha seus erros o disco é eficiente no que deseja mostrar, o disco é fiel a sua proposta.
E mesmo com esses defeitos o disco não peca ao incluir faixas calmas como No. 1 Party Anthem ou criações divertidas que mostram a descontração simplória que povoa a mente dos integrantes da banda como Why’d You Only Call Me When You’re High?. O disco ainda tem muitos trunfos e muitas formas alternativas de se misturar piano com guitarra sem que isso pareça glam rock.
AM é provavelmente o melhor disco da carreira da quase recente banda até agora, com muito cuidado usaram elementos do blues e do punk, mas conseguiram criar algo que transcendesse as duas inspirações. Faixas completas e eficientes enchem um dos melhores discos do ano até agora. E mesmo que contraditório, o disco tem uma inovação muito grande mostrando do que a banda sempre capaz de fazer, mas por, sei lá, falta de atenção nunca fez.
nota: 9.0
O ponto de vista de uma águia voando
Um vídeo muito bom feito pelo ponto de vista de uma águia sobrevoando uma montanha na França.
Os retratos de Andrew Salgado
O artista Andrew Salgado é um grande retratista que usa esse estilo semi geométrico de criar retratos, nos últimos meses expõe Le Petit Mort Gallerie e está lançando solo o trabalho The Acquaintance na galeria de arte de Regina. Suas ilustrações retratistas em larga escala são impressionantes, é um trabalho que expressa os sentimentos do artistas, expressionista
[…]
Tatuagens estilizadas pelo artista japonês Kenji Alucky
Fotografias de alta velocidade por Alberto Seveso
Um dos grandes mestres da fotografia de alta velocidade líquida, Alberto Seveso está a frente de um novo projeto, chamado Dropping. O fotógrafo italiano arquivou muitas dessas imagens de tinta óleo colorida derramada em óleo, agora as solta de cabeça para baixo em seu portfólio.
Portal do vento por Najla El Zein Studio
A conjunção/instalação criada pelo estúdio “Zajla El Zein” é assinada pelo designer Maurice Asso. O portal do vento – em tradução livre de The Wind Portal – é um novo e interativo trabalho de arte feito de 5000 cataventos instalados formando um corredor de quase 4 metros no sentido diagonal.